Páginas

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Poema Man-Chá

Man-chá

Um ritual de chá.
O que nos é servido escapa.
Aos poucos...

Marca.
Aos poucos...

Acumulando gotas.
Segurando nos braços o peso.
Sustentando.
Marcas vermelhas na altura do ventre.

Sangra.
Aos poucos...

Desatamos os nós
Até retirar todas as marcas.
Aos poucos...

Deixadas no chão
Como pegadas
Aos poucos...

O ventre, a terra, a base estremecia.
Aos tremores constantes que nos invadem.
As fortes águas que levam embora sem pedir passagem.

Um grito silencioso em gestos.

Mariana Konrad

Man-Chá performance