Man-chá
Um ritual de chá.
O que nos é servido escapa.
Aos poucos...
Marca.
Aos poucos...
Acumulando gotas.
Segurando nos braços o peso.
Sustentando.
Marcas vermelhas na altura do ventre.
Sangra.
Aos poucos...
Desatamos os nós
Até retirar todas as marcas.
Aos poucos...
Deixadas no chão
Como pegadas
Aos poucos...
O ventre, a terra, a base estremecia.
Aos tremores constantes que nos invadem.
As fortes águas que levam embora sem pedir passagem.
Um grito silencioso em gestos.
Mariana Konrad