Mariana Konrad
Performance Artística
quinta-feira, 6 de março de 2014
terça-feira, 25 de setembro de 2012
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Um Novelo de Histórias
Uma performance que propõem uma pausa
uma interação. Acolher e valorizar as histórias de cada um
como enredo de uma ação em desenho e gestos de dança!
Vem participar estou te esperando na Travesssa dos Cataventos.
Histórias de vida transformadas em texto, gesto e forma.
A apresentação começas às 12:30 com uma hora de duração.
Terças e sextas-feiras até 21 de setembro.
Ofereço ao público um espaço de acolhimento para que possa escrever sua história e ser autor do enredo da performance.
A partir do momento em que as cartas são depositadas, leio sileciosamente, buscando traduzir as palavras para uma ação. Começo a desenhar no chão a linha derenrolando o novelo.
Na sequênciao movimentos de dança surgem com inspiração do momento, interagindo no espaço com os desenhos, tornando vivo o texto escrito.
Criação viva de compor no improviso.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Poesia ImaginAÇÃO!
Sonhos, sonhos, o q seríamos sem eles??
Vida, vida! O movimento!
Das mãos, e corpo inteiro, na construção!
Realização de um imaginário
Em ação!
Vida, vida! O movimento!
Das mãos, e corpo inteiro, na construção!
Realização de um imaginário
Em ação!
domingo, 31 de julho de 2011
Poema Do movimento sincero
Na dança
Eu sinto
Vivo
Movimento
Respiro
Silencio
Um olhar
Uma certeza
Em um gesto
Estar inteira
Me sentir verdadeira
Na dança
Eu sou
Mariana Konrad
Eu sinto
Vivo
Movimento
Respiro
Silencio
Um olhar
Uma certeza
Em um gesto
Estar inteira
Me sentir verdadeira
Na dança
Eu sou
Mariana Konrad
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Memórias de sensações - Man-Chá 16.07
No dia da apresentação, já não fazia o frio terrível como em outras semanas.
Porém chuvia. Às vezes mais forte, às vezes um nublado, muita umidade.
A performance foi realizada na Travessa dos cataventos da CCMQ.
Bem em frente aos cinemas.
Uma mesa de madeira.
Um tecido branco com o poema Man-Chá escrito por cima da mesa escorregando pelo chão.
Objetos em cima da mesa: Quatro cumbucas brancas de plástico. Um bule.
Instrumento Gongo.
Esse era o cenário.
Estávamos com nossas coisas no 4º andar da CCMQ. Nesse momento, após arrumar roupas, cabelos, chegou o momento de concentração.
Em roda, nos demos as mãos e algumas palavras de agradecimentos e inspiração.
Nos aproximamos testa com testa, nos afastamos segurando as mãos umas das outras e nos inclinamos para trás. Momento de uma confiar na outra, cumplicidade.
Aí surgiu a idéia de realizarmos um movimento parecido a esse na performance no momento que nos encontrávamos no centro.
Assim, idéias foram incorporadas até o última hora, permitindo os sentimentos que aconteciam.
Estando prontas, com tecidos amarrados nos braços, descemos as escadas, andar por andar até o térreo.
Lá fui eu primeiro, caminhei até a mesa, peguei a cumbuca e o bule, virei para o público e comecei a servir. Larguei o bule e bati no gongo.
Uma primeira marcação de tempo, do que estava pra acontecer.
Comecei meu caminhar. Segurando a cumbuca e com as 3 camadas de tecido amarradas nos meu braços. Caminhava lentamente. A cumbuca com um pequeno furo permitia que a tinta que servi do bule, passasse lentamente para o tecido através de gotas.
Gota por gota caia no tecido que eu sustentava nos braços. Eu olhava, por vezes contemplando o bule, a tinta, por vezes, o tecido, as manchas.
A Michele foi a segunda a sair da casa e caminhar até a mesa.
Quando ela passou por mim, interferiu no meu movimento. Fiz um giro. Existiu uma modificação no espaço. Já não estava sozinha. Ela reverberou em mim.
Quando tocou o gongo após servir seu "chá" eu fiquei estática.
Isso também interferiu.
O som estridente, causou um impacto, um silêncio de movimento,
no som do instrumento.
As gotas continuavam a cair. A mancha crescia.
Respingos nos tecidos amarrados a mim. Nas minhas camadas.
A terceira mulher foi a Cibele, agora éramos 3 mulheres. Quando ela passou por mim, da mesma forma, interferiu na minha caminhada, um giro novamente.
Assim também quando bateu o gongo.
A quarta a caminhar até a mesa, foi a Lara. Agora estávamos em 4 mulheres num mesmo ambiente. Cada vez mais modificado, mais interferências, quando ela passa por mim, novamente um giro.
Na batida do gongo, mais uma imobilidade do meu corpo.
Nesse momento já senti vontade de largar minha cumbuca, eu já estava manchada o suficiente. Chega de "sangrar".
Larquei a cumbuca na mesa e novamente bati o gongo.
Momento de suspensão. O que vou fazer agora?
Não tenho mais comigo o que me fazia "sangrar".
Mas ainda estou presa e sustendo essas marcas.
Com minhas duas mãos livres, posso me permitir mais movimentos.
Meu corpo tem mais liberdade, mas vou com calma.
Estou começando uma nova fase, um novo período do meu ciclo.
As outras mulheres ainda estão segurando suas cumbucas,
suas manchas começam a surgir aos poucos.
Começo com movimentos de balançar as camadas de tecido.
Ninar. Contemplar pra entender o que tenho nos meus braços.
Meu caminhar já é um pouco mais dinâmico.
Aos poucos vou tentando levar esses tecidos ao vento. Tornar leve.
Ou abraçá-lo junto ao peito. Um carinho.
Observar ele, seu movimento diante do meu.
O que eu faço que nele reverbera.
Cada vez que uma das mulheres larga sua cumbuca na mesa,
bate novamente no gongo.
Esse som, causa impacto.
Diante de dessa nova relação com os tecidos, com a mancha,
quando há o som do gongo no ar, há o momento de parar,
sentir e perceber o que será feito em diante.
São as pausas que temos que nos permitir.
Aconteceu um imprevisto.
A Cibele e a Lara demoraram para largar suas cumbucas, porque as tintas que carregavam estavam muito grossa e quase não passava no furo de suas cumbucas, ficando quase sem manchas em seus tecidos.
Aguardavam ao máximo para criar alguma mancha.
Todas partiram para um momento improviso da performance.
Eu e a Michele ampliamos nossos momentos com os tecidos enquanto aguardávamos as outras duas. A Lara em seguida se juntou a nós duas e por último a Cibele.
Chegou nosso momento de realizarmos o movimento da nossa concentração.
Testa com testa ao centro do ambiente. O momento que esclarecíamos nossa cumplicidade. O momento de olharmos uma para outra.
Daí começa nosso jogo de movimento, interferências umas nas outras.
Harmonia, relações entre cada uma.
A intensidade dos movimentos aumenta, a velocidade,
a vontade de soltar esses tecidos.
A Lara sendo a primeira a levar esses tecidos ao chão foi caminhando até chegar bem em frente a uma mulher e se abaixou, de joelhos no chão permaneceu durante um tempo, logo atrás foi a Michele, ajoelhada com seus tecidos na frente.
Na sequencia eu e depois a Cibele.
Cada uma teve seu momento.
Antes de me virar para frente ajoelhada, precisava olhar para cima, a mancha na altura do meu ventre antes de ir de encontro ao chão.
A Lara foi a primeira a desamarrar as tiras dos braços e abrir os seus 3 tecidos no chão em um na frente do outro.
A Michele foi a segunda.
Eu fui a terceira, desamarrei lentamente puxando as fitas e soltando delicamente, para deixar minhas marcas com cuidado.
Atrás de mim a Cibele também desamarrando seus tecidos para ficarem ali no chão.
os 12 tecidos ficaram estendidos formando uma fileira.
Um rastro das marcas, das camadas de 4 diferentes mulheres.
3 diferentes manchas de cada.
Caminhamos lentamente de costas olhando para o que permaneceu.
Em seguida, leves, soltas, viramos para frente e com um novo olhar para nova caminhada.
Entramos pela porta contrária que saímos.
Voltamos para casa, retornamos ao 4º andar.
Olhamos de cima o que ficou, o que fizemos.
Porém chuvia. Às vezes mais forte, às vezes um nublado, muita umidade.
A performance foi realizada na Travessa dos cataventos da CCMQ.
Bem em frente aos cinemas.
Uma mesa de madeira.
Um tecido branco com o poema Man-Chá escrito por cima da mesa escorregando pelo chão.
Objetos em cima da mesa: Quatro cumbucas brancas de plástico. Um bule.
Instrumento Gongo.
Esse era o cenário.
Estávamos com nossas coisas no 4º andar da CCMQ. Nesse momento, após arrumar roupas, cabelos, chegou o momento de concentração.
Em roda, nos demos as mãos e algumas palavras de agradecimentos e inspiração.
Nos aproximamos testa com testa, nos afastamos segurando as mãos umas das outras e nos inclinamos para trás. Momento de uma confiar na outra, cumplicidade.
Aí surgiu a idéia de realizarmos um movimento parecido a esse na performance no momento que nos encontrávamos no centro.
Assim, idéias foram incorporadas até o última hora, permitindo os sentimentos que aconteciam.
Estando prontas, com tecidos amarrados nos braços, descemos as escadas, andar por andar até o térreo.
Lá fui eu primeiro, caminhei até a mesa, peguei a cumbuca e o bule, virei para o público e comecei a servir. Larguei o bule e bati no gongo.
Uma primeira marcação de tempo, do que estava pra acontecer.
Comecei meu caminhar. Segurando a cumbuca e com as 3 camadas de tecido amarradas nos meu braços. Caminhava lentamente. A cumbuca com um pequeno furo permitia que a tinta que servi do bule, passasse lentamente para o tecido através de gotas.
Gota por gota caia no tecido que eu sustentava nos braços. Eu olhava, por vezes contemplando o bule, a tinta, por vezes, o tecido, as manchas.
A Michele foi a segunda a sair da casa e caminhar até a mesa.
Quando ela passou por mim, interferiu no meu movimento. Fiz um giro. Existiu uma modificação no espaço. Já não estava sozinha. Ela reverberou em mim.
Quando tocou o gongo após servir seu "chá" eu fiquei estática.
Isso também interferiu.
O som estridente, causou um impacto, um silêncio de movimento,
no som do instrumento.
As gotas continuavam a cair. A mancha crescia.
Respingos nos tecidos amarrados a mim. Nas minhas camadas.
A terceira mulher foi a Cibele, agora éramos 3 mulheres. Quando ela passou por mim, da mesma forma, interferiu na minha caminhada, um giro novamente.
Assim também quando bateu o gongo.
A quarta a caminhar até a mesa, foi a Lara. Agora estávamos em 4 mulheres num mesmo ambiente. Cada vez mais modificado, mais interferências, quando ela passa por mim, novamente um giro.
Na batida do gongo, mais uma imobilidade do meu corpo.
Nesse momento já senti vontade de largar minha cumbuca, eu já estava manchada o suficiente. Chega de "sangrar".
Larquei a cumbuca na mesa e novamente bati o gongo.
Momento de suspensão. O que vou fazer agora?
Não tenho mais comigo o que me fazia "sangrar".
Mas ainda estou presa e sustendo essas marcas.
Com minhas duas mãos livres, posso me permitir mais movimentos.
Meu corpo tem mais liberdade, mas vou com calma.
Estou começando uma nova fase, um novo período do meu ciclo.
As outras mulheres ainda estão segurando suas cumbucas,
suas manchas começam a surgir aos poucos.
Começo com movimentos de balançar as camadas de tecido.
Ninar. Contemplar pra entender o que tenho nos meus braços.
Meu caminhar já é um pouco mais dinâmico.
Aos poucos vou tentando levar esses tecidos ao vento. Tornar leve.
Ou abraçá-lo junto ao peito. Um carinho.
Observar ele, seu movimento diante do meu.
O que eu faço que nele reverbera.
Cada vez que uma das mulheres larga sua cumbuca na mesa,
bate novamente no gongo.
Esse som, causa impacto.
Diante de dessa nova relação com os tecidos, com a mancha,
quando há o som do gongo no ar, há o momento de parar,
sentir e perceber o que será feito em diante.
São as pausas que temos que nos permitir.
Aconteceu um imprevisto.
A Cibele e a Lara demoraram para largar suas cumbucas, porque as tintas que carregavam estavam muito grossa e quase não passava no furo de suas cumbucas, ficando quase sem manchas em seus tecidos.
Aguardavam ao máximo para criar alguma mancha.
Todas partiram para um momento improviso da performance.
Eu e a Michele ampliamos nossos momentos com os tecidos enquanto aguardávamos as outras duas. A Lara em seguida se juntou a nós duas e por último a Cibele.
Chegou nosso momento de realizarmos o movimento da nossa concentração.
Testa com testa ao centro do ambiente. O momento que esclarecíamos nossa cumplicidade. O momento de olharmos uma para outra.
Daí começa nosso jogo de movimento, interferências umas nas outras.
Harmonia, relações entre cada uma.
A intensidade dos movimentos aumenta, a velocidade,
a vontade de soltar esses tecidos.
A Lara sendo a primeira a levar esses tecidos ao chão foi caminhando até chegar bem em frente a uma mulher e se abaixou, de joelhos no chão permaneceu durante um tempo, logo atrás foi a Michele, ajoelhada com seus tecidos na frente.
Na sequencia eu e depois a Cibele.
Cada uma teve seu momento.
Antes de me virar para frente ajoelhada, precisava olhar para cima, a mancha na altura do meu ventre antes de ir de encontro ao chão.
A Lara foi a primeira a desamarrar as tiras dos braços e abrir os seus 3 tecidos no chão em um na frente do outro.
A Michele foi a segunda.
Eu fui a terceira, desamarrei lentamente puxando as fitas e soltando delicamente, para deixar minhas marcas com cuidado.
Atrás de mim a Cibele também desamarrando seus tecidos para ficarem ali no chão.
os 12 tecidos ficaram estendidos formando uma fileira.
Um rastro das marcas, das camadas de 4 diferentes mulheres.
3 diferentes manchas de cada.
Caminhamos lentamente de costas olhando para o que permaneceu.
Em seguida, leves, soltas, viramos para frente e com um novo olhar para nova caminhada.
Entramos pela porta contrária que saímos.
Voltamos para casa, retornamos ao 4º andar.
Olhamos de cima o que ficou, o que fizemos.
Processo de criação - Man-Chá 16.07
Sobre o processo de criação Man-Chá
Sinto que sangra
Sinto que mancha
Sinto meus pés buscando percorrer um caminho
Sem perder o equilíbrio
Sinto a ausência das minhas certezas
Que são levadas pela pequena força de um sopro
Deixa que mancha
Que eu quero lavar!
Mariana Konrad
A partir deste poema, veio a idéia de construir uma ação que revelasse essa sensação de se permitir sangrar. A consciência dos ciclos.
Ao longo de minhas pesquisas e experiências, a mancha sobre tecido foram materiais de linguagem e estudos. Neste trabalho, as gotas vermelhas sobre o tecido branco formam a essência do Man-Chá. Imagens que permeiam o inconsciente coletivo, o sangrar do nascimento, dos ciclos menstruais, da primeira relação sexual, do parto, da morte.
No livro Mulheres que correm com lobos – Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem, Clarissa Pinkola Estés analisa no conto da Mulher-esqueleto estes ciclos:
“Através dos seus corpos, as mulheres vivem muito perto da natureza da vida-morte-vida. Quando as mulheres estão em pleno uso de sua mente instintiva, suas idéias e impulsos no sentido de amar, de criar, de acreditar, de desejar, nascem, cumprem seu tempo, fenecem e morrem, para renascer mais uma vez. (...) A partir da sua própria carne e de seus próprios ossos, bem como dos ciclos constantes de enchimento e esvaziamento do vaso vermelho do seu ventre, a mulher compreende em termos físicos, emocionais e espirituais que os apogeus têm seu declínio e sua morte, e que o que sobra renasce de um jeito inesperado e por meios inspirados, só para voltar ao nada e mais uma vez retornar em pleno esplendor. (...)”
A leitura desse trecho, no entanto, somente ocorreu recentemente, de forma a se incorporar perfeitamente na temática da performance.
Primeiramente, no processo de construção do trabalho, visualizei meus braços atados com tecido branco retangulares em camadas, que ficasse posicionado na frente do meu ventre quando sustentasse meus braços pra frente. Imediatamente veio a imagem de a tinta pingar aos poucos nesse tecido. Fiz o ensaio sozinha, e como em todo processo, a prática nos surpreende. Nesse momento observei a quantidade e o tempo para tinta manchar o tecido, como era seu movimento de acordo com os gestos do meu corpo.
Todo ensaio foi filmado. Fazendo análise do vídeo e dos materiais, tecidos manchados, me inspirei novamente a escrever. Outro poema surgiu junto ao nome da performance:
Man-chá
Um ritual de chá.
O que nos é servido escapa.
Aos poucos...
Marca.
Aos poucos...
Acumulando gotas.
Segurando nos braços o peso.
Sustentando.
Marcas vermelhas na altura do ventre.
Sangra.
Aos poucos...
Desatamos os nós
Até retirar todas as marcas.
Aos poucos...
Deixadas no chão
Como pegadas
Aos poucos...
O ventre, a terra, a base estremecia.
Aos tremores constantes que nos invadem.
As fortes águas que levam embora sem pedir passagem.
Um grito silencioso em gestos.
Mariana Konrad
Analisando a poesia, percebi a importância de outras mulheres apresentando a ação.
Como integrar a idéia, antes solitária agora para um grupo?
Como passar os movimentos e gestos que imagino para o corpo das outras intérpretes?
Até que ponto abrir para novas idéias e manter a essência do conceito?
Questões que foram sendo observadas ao longo desse período.
Ensaiando com as integrantes da ação e conversando com diversas pessoas sobre a performance, simbolismo apresentados, associações à minha vida pessoal, à vida das outras mulheres, percebi algumas questões.
Porque lenços de cetim brancos?
São três lenços de 1,20cm por 60cm, cada ponta amarrados com fita de cetim branca em três pontos do braço - Ombros, cotovelos e punhos.
O branco está associado à purificação, ajuda a limpar e clarear as emoções, os pensamentos e o espírito. Representa a mãe, trazendo harmonia e pureza ao lar, fortalece a imaginação, a criatividade e a fertilidade. Serve de escudo bate e volta, pois assim como a energia solar, outras energias não fixam porque não penetram. Por isso, algumas religiões adotam em funerais e enterros a vestimenta branca, para os espíritos dos mortos não fixarem nos vivos. Protege as menstruações, os partos e a gravidez.
A leveza do cetim, um brilho, maciez. Fitas finas de cetim amarrando, atando esses véus, esses lenços ao corpo, os braços sustentam seu peso inicialmente tão leve, até começar a escorrer a tinta, criar manchas nesse tecido, um peso...
Porque tinta vermelha?
A tinta vermelha está dentro de um bule, “o chá” que será servido por cada mulher.
A forma que essa tinta mancha o os lenços branco é através de gotas. Um pequeno furo no bule de cada uma permite esse filtro, a criação dessas gotas. Existe um tempo para tinta vermelha manchar cada vez mais o tecido. Aos poucos...
Quase não se percebe esse movimento da tinta para o tecido.
As gotas são lágrimas, o chorar necessário, o alívio do que vai embora.
O vermelho associado ao sangue. O sangrar do nascimento, da menstruação, da primeira relação sexual, do parto, da morte. No vermelho, há vitalidade, vibração, intensidade. Não passa batido, marca, chama a atenção, é a cor que sinaliza, dá o alerta, limite, perigo...
Porque vestidas de branco?
Os vestidos salientam a importância do branco, inclusive a sua neutralidade.
Vestido - uma peça de roupa, essencialmente associada ao universo feminino. O caráter aqui não é de noiva, mas sim de mulheres que vivenciam uma relação esse universo.
Porque ritual de chá?
A cerimônia do chá, de acordo com sua história, está associada à meditação, momento de purificar, harmonizar. O bem estar, associado à saúde do corpo e da alma. Ritual realizado por uma confraternização ou individualmente. O tempo de um ritual de chá é lento, uma bebida quente, tomada aos poucos, como o tempo da ação, aos poucos. Na performance, o mesmo bule com a mesma tinta, o mesmo “chá”, é servido por cada uma. No seu tempo, no seu ritmo. Ao mesmo tempo em que há um processo individual, elas se relacionam, se olham, ambientam um mesmo espaço.
Ainda hoje a Cerimônia Japonesa do Chá, Cha-no-yu, exige um padrão preciso de comportamento com a finalidade de criar um intervalo de quietude durante o qual tanto o hospedeiro como os convidados tentam atingir paz espiritual e harmonia com o universo. Em 1906, Okakura Kakuzo escreveu no seu Livro do Chá: "O ritual do chá é um culto fundamentado na adoração do belo entre os fatos sórdidos da existência diária. Transmite pureza e harmonia, o mistério da caridade mútua, o romantismo da ordem social."
A Cerimônia do Chá capta todos os elementos essenciais da filosofia japonesa e da beleza artística, e entrelaça quatro princípios: a harmonia (com as pessoas e com a natureza), o respeito (pelos outros), a pureza (do coração e do espírito), e a tranqüilidade.
Um dos principais atos da cerimônia é o que chamamos de Makoryo, ou seja, a "purificação e transformação do interior", no sentido de aquele elemento (chá), proveniente da fusão do fogo e água, dar início a uma terceira energia, que renova todo o interior a quem o pratica.
Porque instrumento japonês gongo?
O gongo, instrumento com uma chapa de metal, geralmente em formato circular, com as extremidades voltadas para dentro, sustentado por cordas em uma estrutura de madeira. Som estridente que reverbera por um determinado período. A performance diante de diversos momentos do seu processo de criação, esteve relacionada com uma cultura do Japão. Ao trazer esse instrumento, além de associar culturalmente, o simbolismo trazido pelo som e a forma como ele atua no ambiente também contribuem para performance. Seu som torna-se uma marcação. Início de um período, término de outro. Assim para cada mulher, seu ritmo, o reverberar interno de cada momento.
Porque os números – 3 camadas de tecido – 3 fitas em cada braço – 4 mulheres – 12 lenços ao total?
Cada vez que nos reuníamos para ensaio e discutíamos significados da performance, passamos a enxergar simbolismos encontrados, casualmente ou não.
O numero 3 associado ao equilíbrio, aos três tempos: o antes o agora e o depois. Auto-expressão - Criação - Fruto. É o primeiro número criado a partir da soma de outros dois - (1) o princípio masculino e (2) o feminino, que juntos dão origem ao 3. Representa a solução de um conflito gerado pelo dualismo e exprime a fórmula da criação de cada um dos mundos, o relacionamento do eu com o mundo exterior.
Historicamente também pesquisado e analisado na bíblia, astrologia, numerologia, quiromancia, entre outras vertentes místicas.
Somos 4 mulheres atuando na performance, 4 diferentes características, 4 diferentes movimentos, assim por diante. Assim, como as estações (verão, primavera, outono e inverno); os elementos (água, fogo, terra e ar); pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste); estações lunares (crescente, cheia, minguante e nova). Períodos, marcações, complementos...
Ao final, percebe-se que cada uma das 4 mulheres carregava 3 camadas de tecido. No total são deixados no chão, 12 lenços manchados, 3 marcas de cada uma. Assim como o ano, com doze meses. Terminamos a ação, como termina um ano, completando doze períodos subdividido por 4 momentos, estações.
Acredito que aqui refleti um tanto sobre algumas questões encontradas no processo.
Outro momento marcante para o desenvolvimento da performance foi a Oficina com Cláudia Muller – Corpos poéticos, corpos políticos no festival Dança Ponto Com.
Ela me ajudou a encontrar novamente a essência do trabalho. Os ciclos, a menstruação, o parto, o universo da mulher, associar ao Japão tanto faz. Retirar movimentos que levariam para algo caricatural do Japão, para movimentos que realmente digam algo sobre os períodos da vida.
Outra pessoa importante foi Marcos Barreto, convidado para assistir dois ensaios durante o processo de criação da performance. Lembro de três perguntas elaboradas por ele ao final do último ensaio.
- “O que move vocês?”
- “O que vocês sentem?”
- “Sentem dor?”
Respondi que me movia o fato de perceber os ciclos da vida. Permitir sangrar, marcar, para deixar ir embora, desfazer de camadas. Sinto vontade de contemplar, acariciar, ter consciência do que é necessário me desapegar. Existe um momento que não é fácil, preciso ser forte, o movimento é mais intenso, tento me desfazer e não consigo. Até perceber que desatando esses nós que nos prendem com calma, com atenção e cuidado, é possível estar livre. Existe um respeito, um carinho, mas agora está lá, solto no chão, como pegadas do que já foi. As camadas manchadas estão lá, soltas ao vento, próximas e alinhadas às outras camadas, outras mulheres que se permitiram ao movimento, à transição, à renovação, aos nossos eternos ciclos.
Sinto que sangra
Sinto que mancha
Sinto meus pés buscando percorrer um caminho
Sem perder o equilíbrio
Sinto a ausência das minhas certezas
Que são levadas pela pequena força de um sopro
Deixa que mancha
Que eu quero lavar!
Mariana Konrad
A partir deste poema, veio a idéia de construir uma ação que revelasse essa sensação de se permitir sangrar. A consciência dos ciclos.
Ao longo de minhas pesquisas e experiências, a mancha sobre tecido foram materiais de linguagem e estudos. Neste trabalho, as gotas vermelhas sobre o tecido branco formam a essência do Man-Chá. Imagens que permeiam o inconsciente coletivo, o sangrar do nascimento, dos ciclos menstruais, da primeira relação sexual, do parto, da morte.
No livro Mulheres que correm com lobos – Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem, Clarissa Pinkola Estés analisa no conto da Mulher-esqueleto estes ciclos:
“Através dos seus corpos, as mulheres vivem muito perto da natureza da vida-morte-vida. Quando as mulheres estão em pleno uso de sua mente instintiva, suas idéias e impulsos no sentido de amar, de criar, de acreditar, de desejar, nascem, cumprem seu tempo, fenecem e morrem, para renascer mais uma vez. (...) A partir da sua própria carne e de seus próprios ossos, bem como dos ciclos constantes de enchimento e esvaziamento do vaso vermelho do seu ventre, a mulher compreende em termos físicos, emocionais e espirituais que os apogeus têm seu declínio e sua morte, e que o que sobra renasce de um jeito inesperado e por meios inspirados, só para voltar ao nada e mais uma vez retornar em pleno esplendor. (...)”
A leitura desse trecho, no entanto, somente ocorreu recentemente, de forma a se incorporar perfeitamente na temática da performance.
Primeiramente, no processo de construção do trabalho, visualizei meus braços atados com tecido branco retangulares em camadas, que ficasse posicionado na frente do meu ventre quando sustentasse meus braços pra frente. Imediatamente veio a imagem de a tinta pingar aos poucos nesse tecido. Fiz o ensaio sozinha, e como em todo processo, a prática nos surpreende. Nesse momento observei a quantidade e o tempo para tinta manchar o tecido, como era seu movimento de acordo com os gestos do meu corpo.
Todo ensaio foi filmado. Fazendo análise do vídeo e dos materiais, tecidos manchados, me inspirei novamente a escrever. Outro poema surgiu junto ao nome da performance:
Man-chá
Um ritual de chá.
O que nos é servido escapa.
Aos poucos...
Marca.
Aos poucos...
Acumulando gotas.
Segurando nos braços o peso.
Sustentando.
Marcas vermelhas na altura do ventre.
Sangra.
Aos poucos...
Desatamos os nós
Até retirar todas as marcas.
Aos poucos...
Deixadas no chão
Como pegadas
Aos poucos...
O ventre, a terra, a base estremecia.
Aos tremores constantes que nos invadem.
As fortes águas que levam embora sem pedir passagem.
Um grito silencioso em gestos.
Mariana Konrad
Analisando a poesia, percebi a importância de outras mulheres apresentando a ação.
Como integrar a idéia, antes solitária agora para um grupo?
Como passar os movimentos e gestos que imagino para o corpo das outras intérpretes?
Até que ponto abrir para novas idéias e manter a essência do conceito?
Questões que foram sendo observadas ao longo desse período.
Ensaiando com as integrantes da ação e conversando com diversas pessoas sobre a performance, simbolismo apresentados, associações à minha vida pessoal, à vida das outras mulheres, percebi algumas questões.
Porque lenços de cetim brancos?
São três lenços de 1,20cm por 60cm, cada ponta amarrados com fita de cetim branca em três pontos do braço - Ombros, cotovelos e punhos.
O branco está associado à purificação, ajuda a limpar e clarear as emoções, os pensamentos e o espírito. Representa a mãe, trazendo harmonia e pureza ao lar, fortalece a imaginação, a criatividade e a fertilidade. Serve de escudo bate e volta, pois assim como a energia solar, outras energias não fixam porque não penetram. Por isso, algumas religiões adotam em funerais e enterros a vestimenta branca, para os espíritos dos mortos não fixarem nos vivos. Protege as menstruações, os partos e a gravidez.
A leveza do cetim, um brilho, maciez. Fitas finas de cetim amarrando, atando esses véus, esses lenços ao corpo, os braços sustentam seu peso inicialmente tão leve, até começar a escorrer a tinta, criar manchas nesse tecido, um peso...
Porque tinta vermelha?
A tinta vermelha está dentro de um bule, “o chá” que será servido por cada mulher.
A forma que essa tinta mancha o os lenços branco é através de gotas. Um pequeno furo no bule de cada uma permite esse filtro, a criação dessas gotas. Existe um tempo para tinta vermelha manchar cada vez mais o tecido. Aos poucos...
Quase não se percebe esse movimento da tinta para o tecido.
As gotas são lágrimas, o chorar necessário, o alívio do que vai embora.
O vermelho associado ao sangue. O sangrar do nascimento, da menstruação, da primeira relação sexual, do parto, da morte. No vermelho, há vitalidade, vibração, intensidade. Não passa batido, marca, chama a atenção, é a cor que sinaliza, dá o alerta, limite, perigo...
Porque vestidas de branco?
Os vestidos salientam a importância do branco, inclusive a sua neutralidade.
Vestido - uma peça de roupa, essencialmente associada ao universo feminino. O caráter aqui não é de noiva, mas sim de mulheres que vivenciam uma relação esse universo.
Porque ritual de chá?
A cerimônia do chá, de acordo com sua história, está associada à meditação, momento de purificar, harmonizar. O bem estar, associado à saúde do corpo e da alma. Ritual realizado por uma confraternização ou individualmente. O tempo de um ritual de chá é lento, uma bebida quente, tomada aos poucos, como o tempo da ação, aos poucos. Na performance, o mesmo bule com a mesma tinta, o mesmo “chá”, é servido por cada uma. No seu tempo, no seu ritmo. Ao mesmo tempo em que há um processo individual, elas se relacionam, se olham, ambientam um mesmo espaço.
Ainda hoje a Cerimônia Japonesa do Chá, Cha-no-yu, exige um padrão preciso de comportamento com a finalidade de criar um intervalo de quietude durante o qual tanto o hospedeiro como os convidados tentam atingir paz espiritual e harmonia com o universo. Em 1906, Okakura Kakuzo escreveu no seu Livro do Chá: "O ritual do chá é um culto fundamentado na adoração do belo entre os fatos sórdidos da existência diária. Transmite pureza e harmonia, o mistério da caridade mútua, o romantismo da ordem social."
A Cerimônia do Chá capta todos os elementos essenciais da filosofia japonesa e da beleza artística, e entrelaça quatro princípios: a harmonia (com as pessoas e com a natureza), o respeito (pelos outros), a pureza (do coração e do espírito), e a tranqüilidade.
Um dos principais atos da cerimônia é o que chamamos de Makoryo, ou seja, a "purificação e transformação do interior", no sentido de aquele elemento (chá), proveniente da fusão do fogo e água, dar início a uma terceira energia, que renova todo o interior a quem o pratica.
Porque instrumento japonês gongo?
O gongo, instrumento com uma chapa de metal, geralmente em formato circular, com as extremidades voltadas para dentro, sustentado por cordas em uma estrutura de madeira. Som estridente que reverbera por um determinado período. A performance diante de diversos momentos do seu processo de criação, esteve relacionada com uma cultura do Japão. Ao trazer esse instrumento, além de associar culturalmente, o simbolismo trazido pelo som e a forma como ele atua no ambiente também contribuem para performance. Seu som torna-se uma marcação. Início de um período, término de outro. Assim para cada mulher, seu ritmo, o reverberar interno de cada momento.
Porque os números – 3 camadas de tecido – 3 fitas em cada braço – 4 mulheres – 12 lenços ao total?
Cada vez que nos reuníamos para ensaio e discutíamos significados da performance, passamos a enxergar simbolismos encontrados, casualmente ou não.
O numero 3 associado ao equilíbrio, aos três tempos: o antes o agora e o depois. Auto-expressão - Criação - Fruto. É o primeiro número criado a partir da soma de outros dois - (1) o princípio masculino e (2) o feminino, que juntos dão origem ao 3. Representa a solução de um conflito gerado pelo dualismo e exprime a fórmula da criação de cada um dos mundos, o relacionamento do eu com o mundo exterior.
Historicamente também pesquisado e analisado na bíblia, astrologia, numerologia, quiromancia, entre outras vertentes místicas.
Somos 4 mulheres atuando na performance, 4 diferentes características, 4 diferentes movimentos, assim por diante. Assim, como as estações (verão, primavera, outono e inverno); os elementos (água, fogo, terra e ar); pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste); estações lunares (crescente, cheia, minguante e nova). Períodos, marcações, complementos...
Ao final, percebe-se que cada uma das 4 mulheres carregava 3 camadas de tecido. No total são deixados no chão, 12 lenços manchados, 3 marcas de cada uma. Assim como o ano, com doze meses. Terminamos a ação, como termina um ano, completando doze períodos subdividido por 4 momentos, estações.
Acredito que aqui refleti um tanto sobre algumas questões encontradas no processo.
Outro momento marcante para o desenvolvimento da performance foi a Oficina com Cláudia Muller – Corpos poéticos, corpos políticos no festival Dança Ponto Com.
Ela me ajudou a encontrar novamente a essência do trabalho. Os ciclos, a menstruação, o parto, o universo da mulher, associar ao Japão tanto faz. Retirar movimentos que levariam para algo caricatural do Japão, para movimentos que realmente digam algo sobre os períodos da vida.
Outra pessoa importante foi Marcos Barreto, convidado para assistir dois ensaios durante o processo de criação da performance. Lembro de três perguntas elaboradas por ele ao final do último ensaio.
- “O que move vocês?”
- “O que vocês sentem?”
- “Sentem dor?”
Respondi que me movia o fato de perceber os ciclos da vida. Permitir sangrar, marcar, para deixar ir embora, desfazer de camadas. Sinto vontade de contemplar, acariciar, ter consciência do que é necessário me desapegar. Existe um momento que não é fácil, preciso ser forte, o movimento é mais intenso, tento me desfazer e não consigo. Até perceber que desatando esses nós que nos prendem com calma, com atenção e cuidado, é possível estar livre. Existe um respeito, um carinho, mas agora está lá, solto no chão, como pegadas do que já foi. As camadas manchadas estão lá, soltas ao vento, próximas e alinhadas às outras camadas, outras mulheres que se permitiram ao movimento, à transição, à renovação, aos nossos eternos ciclos.
Pensamentos Performance - Bia de Medeiros
“O mundo sensível, que não é o da idéia e também não é o do olhar, mas é aquele do corpo inteiro acontece em performance, seja no vivo ou ao vivo.. O mundo sensível é o meu corpo, o meu corpo inteiro que me deixa experimentar o sensível, mas também entende, reage, despreza e roí as unhas.”
Maria Beatriz de Medeiros
Maria Beatriz de Medeiros
sexta-feira, 15 de julho de 2011
sábado, 2 de julho de 2011
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Poema Man-Chá
Man-chá
Um ritual de chá.
O que nos é servido escapa.
Aos poucos...
Marca.
Aos poucos...
Acumulando gotas.
Segurando nos braços o peso.
Sustentando.
Marcas vermelhas na altura do ventre.
Sangra.
Aos poucos...
Desatamos os nós
Até retirar todas as marcas.
Aos poucos...
Deixadas no chão
Como pegadas
Aos poucos...
O ventre, a terra, a base estremecia.
Aos tremores constantes que nos invadem.
As fortes águas que levam embora sem pedir passagem.
Um grito silencioso em gestos.
Mariana Konrad
Um ritual de chá.
O que nos é servido escapa.
Aos poucos...
Marca.
Aos poucos...
Acumulando gotas.
Segurando nos braços o peso.
Sustentando.
Marcas vermelhas na altura do ventre.
Sangra.
Aos poucos...
Desatamos os nós
Até retirar todas as marcas.
Aos poucos...
Deixadas no chão
Como pegadas
Aos poucos...
O ventre, a terra, a base estremecia.
Aos tremores constantes que nos invadem.
As fortes águas que levam embora sem pedir passagem.
Um grito silencioso em gestos.
Mariana Konrad
sábado, 14 de maio de 2011
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Poema - Obrigado!
À todos que
se encontram
e se despedem...
À todos que
se permitem a experiência
independente
do tempo vivido...
Sempre
acrescenta...
Mariana Konrad
se encontram
e se despedem...
À todos que
se permitem a experiência
independente
do tempo vivido...
Sempre
acrescenta...
Mariana Konrad
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Poema - Nós
Enredados
Enosados
Enrolados
Desfiados fios que nos tramam
Amarrados
Entrelaçados
Linhas que se encontraram
Serão cortados
Ou costurados?
Mariana Konrad
Enosados
Enrolados
Desfiados fios que nos tramam
Amarrados
Entrelaçados
Linhas que se encontraram
Serão cortados
Ou costurados?
Mariana Konrad
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Dança em Foco 2011 - Programação
Dança em Foco:
Programação Gratuita de Videodança do Mundo Todo
na próxima Semana
Na próxima semana, de 12 a 16 de abril, Porto Alegre recebe o Dança em Foco - Festival Internacional de Vídeo & Dança, que acontece pelo segundo ano na capital. A programação inclui debates, oficina e Mostra de vídeo, a MIV – Mostra Internacional de Videodança, além de uma performance. Obras das mais diversas estéticas e geografias (Israel, México, República Dominicana, Suíça, França e Espanha, entre outros). NÃO PERCA!
Programação em Porto Alegre – 12/4 a 16/4
- Mesa redonda Dança, Corpo e Imagem
Usina do Gasômetro - Sala P.F. Gastal – Av. Presidente João Goulart, 551 - Centro
12/4 – Horário: das 19 às 21h
com Leonel Brum, curador do evento, Diego Mac (coreógrafo e videomaker), Leonardo Remor (cinenasta e d iretor de arte) e Milton do Prado (Professor do curso de Produção Audiovisual UNISINOS e editor), que exibem obras e discutem os diferentes olhares sobre a videodança, corpo e imagem.
- Oficina de VÍDEOPROJEÇÕES com Celina Portella (Incrições encerradas)
Casa de Cultura Mario Quintana - Sala Cecy Frank - Rua dos Andradas, 736 - Centro
De 12/4 a 15/4 – Horário: das 9 às 12h
- Nós – performance com Celina Portella
A artista apresentará um novo trabalho de interação com uma projeção onde ela mesma
aparece varias vezes, ou seja, duplicada.
Casa de Cultura Mario Quintana - Sala Claudio Hemman -Rua dos Andradas, 736 - Centro
Dia 16 de abril, às 18 horas
- Apresentação da MIV – Mostra Internacional de Videodança (programação completa no http://cdancasmc.blogspot.com)
Usina do Gasômetro - Sala P.F. Gastal – Av. Presidente João Goulart, 551 - Centro
13/4 a 16/4 – Horário: das 19 às 21h
Programação:
13 de abril:
Internacionais – 19h
3 speed - Estados Unidos – 4’
Echo – Alemanha – 6’
Water burns sun – Estados Unidos – 7’
Rurbanisme – França – 12’
TV TV - Tajets de vie trajets de ville – França - 32’
Brasil – 20h
O que tenho de você? – 17’
Fuga em dor maior – 16’
Os tempos – 23’
14 de abril:
Curtas internacionais 1 – 19h
Hello world! – França – 2’
Jackie & Judi – Estados Unidos – 4’
A soft place to fall – Canadá – 5’
Flying lesson – Estados Unidos – 6’
Fao – Espanha – 7’
Brasil 1 – 19h25min
O regresso de Ulisses – 20’
Leveza – 8’
Internacionais 1 – 19h55min
North horizon – Finlandia – 22’
Racapturing the vertical – Australia – 14’
Derrièrre elle – Bélgica – 13’
Under – França – 16’
15 de abril
Interiores -19h
r38 – Espanha – 4’
Day – Israel – 12’
The geometry os separation – Alemanha – 14’
Solos – 19h30min
Abyss – Belgica – 5’
Takatatá – Brasil – 4’
Anamnesis – Australia – 9’
Falling – Canadá – 6’
The imp os the city – Estados Unidos – 2’
Caída – Rep. Dominicana – 4’
Re Lotus – Espanha – 3’
Internacionais 2 – 20h
We play here 1 – Marrocos – 8’
Tel – Espanha – 14’
The flower room – Suissa – 20’
1/6 obvie – Suissa – 16’
16 de abril
Curtas internacionais 2 – 19h
Improvisation #4 – Chile – 3’
12 45 84 – França – 13’
El Intervalo – México – 5’
Tocqueville – França – 9’
Curtal América do sul – 19h30min
Tevê shower – Brasil – 3’
Zangoma – Brasil – 3’
Excesso – Brasil – 3’
Bem quisera oferecer-vos algumas violetas – Brasil – 5’
Sobre – Brasil – 5’
Bolero – Brasil - 3’
Quimera inquieta – Brasil – 5’
Editail Vídeo 1 – 20h
Do ponto de vista
Enquanto ele não vem
Redial
Voo em volta
Editail vídeo 5 – 20h25min
Bokeh
Jogo da dança da nossa vida
Desnudamento público das paixões
Tecnobrega
Potência
Coreoedições Europa – 20h30min
Re le bain.02 – Espanha – 2’
ii – França
Tok tak tok taktil – Espanha – 3’
Re nothing – Espanha 4’
Re Uneven –Espanha – 5’
Of human and blob body fragments – Portugal – 8’
Programação Gratuita de Videodança do Mundo Todo
na próxima Semana
Na próxima semana, de 12 a 16 de abril, Porto Alegre recebe o Dança em Foco - Festival Internacional de Vídeo & Dança, que acontece pelo segundo ano na capital. A programação inclui debates, oficina e Mostra de vídeo, a MIV – Mostra Internacional de Videodança, além de uma performance. Obras das mais diversas estéticas e geografias (Israel, México, República Dominicana, Suíça, França e Espanha, entre outros). NÃO PERCA!
Programação em Porto Alegre – 12/4 a 16/4
- Mesa redonda Dança, Corpo e Imagem
Usina do Gasômetro - Sala P.F. Gastal – Av. Presidente João Goulart, 551 - Centro
12/4 – Horário: das 19 às 21h
com Leonel Brum, curador do evento, Diego Mac (coreógrafo e videomaker), Leonardo Remor (cinenasta e d iretor de arte) e Milton do Prado (Professor do curso de Produção Audiovisual UNISINOS e editor), que exibem obras e discutem os diferentes olhares sobre a videodança, corpo e imagem.
- Oficina de VÍDEOPROJEÇÕES com Celina Portella (Incrições encerradas)
Casa de Cultura Mario Quintana - Sala Cecy Frank - Rua dos Andradas, 736 - Centro
De 12/4 a 15/4 – Horário: das 9 às 12h
- Nós – performance com Celina Portella
A artista apresentará um novo trabalho de interação com uma projeção onde ela mesma
aparece varias vezes, ou seja, duplicada.
Casa de Cultura Mario Quintana - Sala Claudio Hemman -Rua dos Andradas, 736 - Centro
Dia 16 de abril, às 18 horas
- Apresentação da MIV – Mostra Internacional de Videodança (programação completa no http://cdancasmc.blogspot.com)
Usina do Gasômetro - Sala P.F. Gastal – Av. Presidente João Goulart, 551 - Centro
13/4 a 16/4 – Horário: das 19 às 21h
Programação:
13 de abril:
Internacionais – 19h
3 speed - Estados Unidos – 4’
Echo – Alemanha – 6’
Water burns sun – Estados Unidos – 7’
Rurbanisme – França – 12’
TV TV - Tajets de vie trajets de ville – França - 32’
Brasil – 20h
O que tenho de você? – 17’
Fuga em dor maior – 16’
Os tempos – 23’
14 de abril:
Curtas internacionais 1 – 19h
Hello world! – França – 2’
Jackie & Judi – Estados Unidos – 4’
A soft place to fall – Canadá – 5’
Flying lesson – Estados Unidos – 6’
Fao – Espanha – 7’
Brasil 1 – 19h25min
O regresso de Ulisses – 20’
Leveza – 8’
Internacionais 1 – 19h55min
North horizon – Finlandia – 22’
Racapturing the vertical – Australia – 14’
Derrièrre elle – Bélgica – 13’
Under – França – 16’
15 de abril
Interiores -19h
r38 – Espanha – 4’
Day – Israel – 12’
The geometry os separation – Alemanha – 14’
Solos – 19h30min
Abyss – Belgica – 5’
Takatatá – Brasil – 4’
Anamnesis – Australia – 9’
Falling – Canadá – 6’
The imp os the city – Estados Unidos – 2’
Caída – Rep. Dominicana – 4’
Re Lotus – Espanha – 3’
Internacionais 2 – 20h
We play here 1 – Marrocos – 8’
Tel – Espanha – 14’
The flower room – Suissa – 20’
1/6 obvie – Suissa – 16’
16 de abril
Curtas internacionais 2 – 19h
Improvisation #4 – Chile – 3’
12 45 84 – França – 13’
El Intervalo – México – 5’
Tocqueville – França – 9’
Curtal América do sul – 19h30min
Tevê shower – Brasil – 3’
Zangoma – Brasil – 3’
Excesso – Brasil – 3’
Bem quisera oferecer-vos algumas violetas – Brasil – 5’
Sobre – Brasil – 5’
Bolero – Brasil - 3’
Quimera inquieta – Brasil – 5’
Editail Vídeo 1 – 20h
Do ponto de vista
Enquanto ele não vem
Redial
Voo em volta
Editail vídeo 5 – 20h25min
Bokeh
Jogo da dança da nossa vida
Desnudamento público das paixões
Tecnobrega
Potência
Coreoedições Europa – 20h30min
Re le bain.02 – Espanha – 2’
ii – França
Tok tak tok taktil – Espanha – 3’
Re nothing – Espanha 4’
Re Uneven –Espanha – 5’
Of human and blob body fragments – Portugal – 8’
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Poema - Mancha e lava
Sinto que sangra
Sinto que mancha
Sinto meus pés buscando percorrer um caminho
Sem perder o equilíbrio
Sinto a ausência das minhas certezas
Que são levadas pela pequena força de um sopro
Deixa que mancha
Que eu quero lavar
Mariana Konrad
Sinto que mancha
Sinto meus pés buscando percorrer um caminho
Sem perder o equilíbrio
Sinto a ausência das minhas certezas
Que são levadas pela pequena força de um sopro
Deixa que mancha
Que eu quero lavar
Mariana Konrad
Workshop SMC - Dança em Foco
Porto Alegre – 2011
Programação 2011
de 12 a 16 de abril
OFICINA - de 12 a 15/04, das 9h às 12h
VÍDEOPROJEÇÕES com Celina Portella
Propõe experiências com vídeoprojeções do corpo, questionando formatos e meios de filmagem em função dos suportes de projeção.
A oficina é gratuita e direcionada a bailarinos, performers, coreógrafos, fotógrafos, videomakers e artistas interessados no corpo e no movimento e com uma experiência prática básica em suas respectivas áreas..
Equipamento recomendado: câmera de vídeo ou fotográfica que grave vídeos.
Local: Casa de Cultura Mario Quintana – Sala Cecy Frank – Rua dos Andradas, 736 – Centro
Inscrições devem ser feitas no Centro Municipal de Dança – Av. Erico Veríssimo, 307 –
fone (51) 3289-8065 – email:centrodedanca@smc.prefpoa.com.br.
Os interessados devem enviar currículo e carta de intenção. Até que dia 5 de abril.
Celina Portella, estudou design na Puc-Rio e se formou em artes plásticas na Université Paris VIII. Desde 2000 investiga questões sobre a representação do corpo a partir do vídeo. Participou da residência no Centre Récollets em Paris, na Galeria Kiosko, Bolívia e no CRAC Valparaso, Chile. Foi contemplada no LABMIS, Museu da Imagem e do Som, São Paulo, no II Concurso de Videoarte da Fundação Joaquim Nabuco, Recife e no NAT-EAV Parque Lage, RJ. Participou do 60º Salão de Abril, do 15o Salão da Bahia, entre outras exposições.
Vagas Limitadas
Programação 2011
de 12 a 16 de abril
OFICINA - de 12 a 15/04, das 9h às 12h
VÍDEOPROJEÇÕES com Celina Portella
Propõe experiências com vídeoprojeções do corpo, questionando formatos e meios de filmagem em função dos suportes de projeção.
A oficina é gratuita e direcionada a bailarinos, performers, coreógrafos, fotógrafos, videomakers e artistas interessados no corpo e no movimento e com uma experiência prática básica em suas respectivas áreas..
Equipamento recomendado: câmera de vídeo ou fotográfica que grave vídeos.
Local: Casa de Cultura Mario Quintana – Sala Cecy Frank – Rua dos Andradas, 736 – Centro
Inscrições devem ser feitas no Centro Municipal de Dança – Av. Erico Veríssimo, 307 –
fone (51) 3289-8065 – email:centrodedanca@smc.prefpoa.com.br.
Os interessados devem enviar currículo e carta de intenção. Até que dia 5 de abril.
Celina Portella, estudou design na Puc-Rio e se formou em artes plásticas na Université Paris VIII. Desde 2000 investiga questões sobre a representação do corpo a partir do vídeo. Participou da residência no Centre Récollets em Paris, na Galeria Kiosko, Bolívia e no CRAC Valparaso, Chile. Foi contemplada no LABMIS, Museu da Imagem e do Som, São Paulo, no II Concurso de Videoarte da Fundação Joaquim Nabuco, Recife e no NAT-EAV Parque Lage, RJ. Participou do 60º Salão de Abril, do 15o Salão da Bahia, entre outras exposições.
Vagas Limitadas
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